segunda-feira, 23 de abril de 2012

Se não viu, veja! - Onde os Fracos Não têm Vez (2007)

"Call it, friendo."
- Anton Chigurh


Pois é galerinha desocupada, pra estrear o "Se não viu, veja!", trago-vos Onde Os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men), filme de 2007 inspirado em um livro homônimo dirigido pelos irmãos Ethan e Joel Coen e vencedor de 4 Oscars e mais outros prêmios pomposos mundo a fora.

O filme se passa no oeste do Texas dos anos 80, onde Llewelyn Moss ( ô nome difícil  Josh Brolin) mora com sua esposa Carla Jean (Kelly Macdonald). Em uma de suas rotineiras caçadas, Llewelyn se depara com o que restou de uma (obviamente) malsucedida transação de "dorgas". Como qualquer cidadão comum, Llewelyn resolve investigar o que houve naquele local, e, com suas habilidades de ex-guerrilheiro no Vietnã (essa parte é séria) consegue encontrar um dos negociantes gravemente ferido, deitado na sombra de um árvore no meio do deserto. Com ele estava nada mais, nada menos que uma maleta contendo 2 milhões de doletas. Como qualquer cidadão comum, Llewelyn toma posse da maleta. Mal sabe ele que os antigos donos do tal dinheiro enviaram um assassino, Anton Chigurh (outro nome difícil Javier Bardem), para recuperar a tal maleta. E, investigando o ocorrido, temos o xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones).

O principal atrativo do filme é a grande brincadeira de "gato e rato" de Llewelyn e Chigurh. Enquanto o primeiro percorre desesperadamente todo o país em busca de um lugar seguro para ficar, o outro segue seus passos calma e tranquilamente, sem pressa. O suspense dessa perseguição é tão intenso que parece que, a qualquer hora, o filme vai explodir bem na sua cara. É impressionante o nível de tensão no que se trata de um filme de ação. Some isso a TOTAL AUSÊNCIA DE TRILHA SONORA, e temos não só um grande thriller de ação, mas um jogo quase real pela sobrevivência  do mais habilidoso.

Josh Brolin retrata muito bem o papel de caça, e Javier Bardem interpreta ainda melhor o papel de caçador. O trabalho que Javier faz com Anton Chigurh é fenomenal, comparável até com o Coringa de Heath Ledger em Batman O Cavaleiro das Trevas. Assim como Coringa, Chigurh é um maníaco assassino, mas, diferente do inimigo do morcego, Chigurh é tranquilo, e realiza seus trabalhos com uma parcimônia ímpar. Nem parece que ele está sendo pago para recuperar uma maleta cheia de dinheiro de um ex-soldado, e isso é o mais legal do personagem. Tanto, que essa atuação rendeu a Javier Bardem o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2007, assim como faria o finado Heath Ledger, no ano seguinte. Já Brolin não tem uma atuação da mesma dimensão, mas, como dito antes, realiza muito bem seu papel. Todas as artimanhas, todos os métodos, todas façanhas que Llewelyn consegue realizar para proteger sua vida são realmente impressionantes. Tudo isso sem um instrumental musical sequer. Ah, e tem também o Tommy Lee Jones. Sinceramente, não sei por quê puseram um ator tão bom em um papel secundário desse tamanho. O xerife Bells não participa da tensão do filme, mas sempre está no encalço de Llewelyn e Chigurh, e justamente por não interferir na trama de uma maneira relevante, ele acaba sendo esquecido (por mais que apareça em diversas partes do filme).

Não tenho o que falar sobre a trilha sonora do filme, ela simplesmente não existe. E só tenho a agradecer por isso. Qualquer nota de instrumento musical ia desmanchar a tensão do filme.

A fotografia transporta bem o clima árido não só do deserto do Texas, mas de todo o filme, que, em poucas palavras, é seco, direto e objetivo.

Pena que não possamos aplicar todos esses elogios ao desfecho do filme. Se você já ouviu falar desse filme, isso não deve ser nenhum spoiler. Mas se não, termine a leitura por aqui e pule para a nota. O final do filme é no mínimo anticlimático. O desfecho tão esperado daquela perseguição finalmente chega, mas logo vai embora. Assim mesmo, sem ninguém ver. Já ouvi milhares de justificativas afirmando o contrário, mas, particularmente ainda não consegui engolir esse final. O que é uma pena, por se tratar de um filme excelente até o ponto descrito acima.

Em suma, se você não viu ainda, vale muito a pena assistir Onde Os Fracos Não Têm Vez. Se você curte um bom suspense, recomendo mais ainda. Esqueça o que falei do final e aproveite o filme como um todo.

A Nota? Aí está -> 7,5/10

Só por causa do final mesmo. Mas ainda assim, minhas palavras permanecem as mesmas: Se não viu, leia isso, clique em curtir, compartilhe, ponha no YouTube ou o que for, e var esse filme!

Por Breno Barbosa

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