domingo, 12 de janeiro de 2014

Se não viu, veja! - Frozen: Uma Aventura Congelante (2014)

Pera aí, eu acho que já assisti esse filme antes...




Faaaaala, galerinha desocupada, tudo beleza com vocês?

Primeiramente, Feliz Ano Novo à todos vocês! Sim, foi um pouco atrasado (só um pouquinho), mas é que este é o meu primeiro post de 2014, então deem-me um desconto, ok?

Pra quem chegou agora nesta espelunca internetal chamada Desocupado, todo fim de semana, um de nós, desocupados de carteira assinada, prepara para você, jovem mancebo que não tem nada melhor pra fazer na Rede Mundial de Computadores, uma recomendação/artigo super-bacanudo(a), abordando assuntos como Cinema, Quadrinhos, Games, Séries, Literatura, Enxoval de Criança, Panelas Inox, Truques e Dicas para Conquistar seu(sua) Paquera e o que mais a gente achar válido. E graças a Sliffer, O Produtor Executivo, esta semana não será diferente!

Desta vez, trago a vocês Enrolados Frozen: Uma Aventura Congelante, a mais recente animação da Disney, que estreou aqui no Brasil no dia 03 de Janeiro de 2014 (nos EUA a estreia ocorreu um pouco mais cedo, 27 de Novembro de 2013), dirigido por Chris Buck e Jennifer Lee, e com a participação especial da cantora/atriz Demi Lovato na trilha sonora.

Em Enrolados Frozen, somos apresentados a Anna e Elsa, as duas irmãs herdeiras do trono de Arendelle. Anna é uma garota comum, mas Elsa nasceu com um dom bastante peculiar, que lhe dá o poder de criar e controlar gelo a seu bel prazer. Ambas eram muito unidas, se divertiam e brincavam bastante, mas um infeliz acidente acabou separando-as por vários e vários anos. O tempo passa; Anna se torna uma bela e entusiasmada jovem e Elsa — igualmente bela — atinge a maioridade, tendo, portanto, o dever de assumir oficialmente o trono do reino de Arendelle. A cerimônia ia bem, até que um desentendimento com Anna faz com que Elsa perca o controle de seus poderes e saia em fuga da festa, deixando para trás uma terrível nevasca sob Arendelle. Agora, cabe a Anna ir em busca de sua irmã desaparecida e tentar resolver toda essa situação, mas talvez ela precise de uma(s) mãozinha(s) a mais nessa jornada...


Antes de começar a falar qualquer coisa sobre o filme, acho que vale a pena dizer que fui assistir Frozen totalmente descrente quanto a sua qualidade. Vi muita gente falando maravilhas sobre o filme internet afora, então já sentei na poltrona do cinema com um "vamos lá, me surpreenda!" na cabeça. O resultado? Infelizmente, Frozen não conseguiu me surpreender como eu esperava que fizesse, mas quem disse que isso é ruim? De jeito nenhum isso acabou tornando Frozen um filme ruim para minha pessoa, e serão nessas próximas linhas que eu vou explicar por que. Ou pelo menos tentar...

Como já é tradição por aqui, vamos começar por fora, pela parte visual de Frozen. Hum... por onde será que eu começo... Será que começar pela Direção de Arte é uma boa? Não tenho certeza, mas vamos lá mesmo assim. No que diz respeito a concepção de personagens, figurinos, arquitetura e paisagens, a Direção de Arte de Frozen não traz nada de muito inovador, impressionante e/ou distópico — como há de se esperar de animações desse naipe —, mas ainda assim faz um ótimo trabalho. Eu não sei se foi realmente isso que aconteceu, mas eu gosto de acreditar que essa simplicidade foi proposital, para que pudéssemos admirar o verdadeiro astro do filme: o gelo. Sim, meus caros desocupados, o gelo. Afinal, que outro detalhe seria mais importante que o gelo em um filme chamado Frozen: Uma Aventura Congelante? É no gelo que a magia de Frozen acontece de verdade. Os poderes mágicos de Elsa são o melhor exemplo de como o gelo é bonito em Frozen. Ver esculturas de gelo, enormes e majestosas, se formando a partir de um pequeno floco de neve desenhado no chão é algo que não dá pra esquecer da noite pro dia. Ainda falando sobre gelo, mas pulando para o quesito Animação, o trabalho feito com a neve também é impressionante.  Houve todo um estudo, minucioso e detalhado, na hora de conceber as mecânicas utilizadas para criar a neve digital, e se você prestar um pouquinho de atenção, poderá ver o resultado desses estudos no filme. O comportamento da neve em relação a si mesma ou a agentes exteriores (personagens e/ou objetos) tem um nível de realismo tão grande que chega até a assustar. Mais uma vez, tente prestar atenção quando for assistir o filme, pois esses pequenos detalhes são fáceis de passar despercebidos. Ainda falando de animação, outro detalhe interessante de se apontar são as expressões faciais dos personagens. Empolgação, frustração, medo, nervosismo, frio (tanto físico quanto emocional)... todos esses sentimentos e emoções são muito bem representados, além de serem perceptíveis nos rostos dos personagens. Ah, também vale mencionar aqui, só de passagem mesmo, a fotografia do filme, com destaque para as cenas de plano aberto. Não são muitas, mas as poucas existentes são dignas de serem emolduradas em quadros e penduradas na sala de estar. Infelizmente, não pude assistir Frozen em 3D, então não posso dizer se o efeito faz diferença ou não no filme (para o bem ou para o mal), mas uma coisa é certa: há muitos detalhes na tela em que o efeito de profundidade do 3D poderia ser bem aplicado. Espero que a galerinha da Disney tenha sido esperta o bastante pra usar isso a seu favor.

Seria legal ver essa floresta congelada em 3D, não acha?


Caso você tenha estado em Marte nos últimos 8 anos e não estava sabendo das boas novas, a Disney adquiriu financeiramente (um termo bonito para "comprar") a Pixar, talvez um dos maiores (e melhores) estúdios de animação de todos os tempos. Não é de hoje que muita gente diz que "a Disney ainda tem muito o que aprender com a Pixar" e coisas do tipo, e olha só que virada: ela realmente está aprendendo bastante com a Pixar, principalmente em suas últimas animações. Talvez o último exemplo desse aprendizado seja Detona Ralph, de 2012. Ah, vale observar que, mesmo que ambas sejam parte da mesma empresa, eu considero Pixar e Disney como sendo estúdios separados. Em poucas palavras, isso significa que eu não considero a Merida, de Valente, uma Princesa Disney. Voltando ao raciocínio de antes, a Disney vem aprendendo aos poucos a utilizar aquela clássica receita Pixar do "roteiro simples com nuances profundas", porém sem perder aquele jeitinho Disney maroto, aquele jeitinho de várzea, jeitinho Disney "toco y me voy". E o exemplo perfeito disso está aqui, servindo como tema para este post. Alguns podem ainda não ter sacado isso, mas Frozen é animação que tem a missão de apresentar a mais nova Princesa Disney do pedaço, Elsa (ou seja, Frozen tem um apelo mais voltado para as garotas, estejam avisados, marmanjos!). Fazendo a matemática, veremos que Frozen = Princesa Disney + Fórmula Pixar. Se isso dá certo? Sim, dá certo sim, pelo menos em boa parte do tempo. O roteiro de Frozen é simples e bem amarrado, mas leva alguns escorregões aqui e ali, principalmente na hora da "reviravolta" central da trama. "Nós precisamos tirar esse personagem da trama, mas não sabemos como dar um fim nele. Ah, e também precisamos de um vilão!", acho que o resto você consegue imaginar, não é? Anna e Elsa, as protagonistas do filme, são muito bem trabalhadas dentro da trama, tanto individualmente quanto juntas. Particularmente, eu gostaria de ver mais da relação das duas como irmãs. Fora nos momentos iniciais e no finalzinho do filme, as duas não interagem muito durante o desenrolar da história. Além do drama, Frozen também trabalha muito bem o humor. O fato de o filme tirar sarro com a própria trama em alguns momentos é uma sacada genial. E não tem como não rir com o humor bobo e inocente do bonequinho de neve animado Olaf, que faz frente à Elsa na disputa de Melhor Personagem do Filme. Só não contem pra ele o que acontece com um boneco de neve no verão, ok?

Vocês devem ter percebido as brincadeiras que eu fiz com Enrolados, outra (ótima) animação da Disney, não é? Pois é, tanto essas quanto aquela do título ("Pera aí, eu acho que já assisti esse filme antes...") não foram a toa. Boa parte do material promocional de Frozen faz questão de deixar bem clara a mensagem "Dos mesmos criadores de Enrolados e Detona Ralph". Assistindo o filme, não pude deixar de notar algumas semelhanças entre Frozen e Enrolados. Alguns exemplos? A protagonista energética e inocente (Anna e Rapunzel); o "príncipe" não-tão-encantado (Kristoff e Flynn); o companheiro animal que parece gente (Sven e Maximus); A princesa "encarcerada" que resolve sair para ver o mundo por conta própria (Elsa e Rapunzel); o mocinho(a) de personalidade dúbia (Gothel e OPS! Spoilers!)... Isso sem contar o traço e o estilo da animação, que são bem semelhante em ambos. Isso é ruim? Não, mas é um pouco chato, principalmente se você é chato o bastante pra enxergar essas semelhanças, como este que aqui vos fala.

"Elsa? Você viu o Pascal por aí?"


Falando um pouco mais a fundo sobre os personagens, não tem como não dedicar algumas linhas para falar da Princesa Elsa. Eu não sou nenhum especialista, mas acho que nunca antes uma Princesa Disney teve um drama tão profundo e bem trabalhado. Aliás, diga-se de passagem, é até difícil conseguir achar uma Princesa Disney com um drama relevante. Elsa abre espaço para que algumas pessoas se identifiquem com seus problemas, e caso você se identifique, o filme terá toda uma nova dimensão para você; terá um significado maior que apenas uma boa animação. E isso eu pude comprovar graças a um exemplo bem próximo a mim (se você está lendo isso, você sabe que estou falando de você!). Do outro lado da moeda, temos Olaf, que, pra quem não simpatizou muito com Elsa, carrega o filme inteiro nas costas. Pode parecer irônico e contraditório, mas o humor bobinho e inocente de Olaf é uma das sacadas mais inteligentes do filme. Ele não tem um drama pessoal ou um papel crucial na trama, mas quem se importa? Ele nos faz rir do momento em que aparece até a câmera começar a se afastar, a tela escurecer e os créditos começarem a rolar; isso é o bastante!

Aproveitando a deixa de Olaf e já partindo para a parte sonora do filme, para minha surpresa, a dublagem de Fábio Porchat para o bonequinho de neve ficou até bem legal. Costuma ser um desastre quando os engravatados resolvem impor a presença de celebridades e sub-celebridades no elenco de dublagem de animações, mas, pelo menos pra mim, Fábio Porchat e Olaf foram uma rara exceção. E se ele, que nem é dublador, fez um trabalho legal, os verdadeiros dubladores do elenco deram um verdadeiro show. Tanto os personagens quanto as canções foram bem adaptadas pra nossa língua nativa. Sim, você não leu errado, canções. Não seria uma animação da Disney — melhor ainda: não seria uma animação de uma Princesa Disney — sem canções, não é? Todas elas são bem legais, mas eu só posso escolher uma para ilustrar minhas palavras. Seria esta a música interpretada por Demi Lovato para o filme? Ou alguma das canções das princesas? Olaf? Não, nenhuma dessas, minha escolha é a primeira canção do filme, Coração Gélido! Ouçam aí (Versão Original):


Hum... hummm.... será que esqueci de algo? É, acho que isso é tudo mesmo. Hora daquela velha nota, gélida, bela e ameaçadora, não é?

E aí está ela -> 8,0 / 10

Frozen: Uma Aventura Congelante, além de marcar o nascimento da mais nova Princesa Disney, também mostra a empresa do ratinho de calças vermelhas voltando as origens de suas animações, porém usando uma roupagem mais atual e uma abordagem um pouco mais séria e dramática. Tecnicamente, a animação não traz muitas novidades, mas executa bem o que já conhecemos. O roteiro tem alguns pequenos defeitos, mas nada que seja imperdoável. Mas no final, tudo dependerá do quão aberto (ui) você está para receber o filme. Se for muito, Frozen será especial para você; se for pouco, provavelmente não gostará tanto; se não for nem um, nem o outro, você simplesmente achará Frozen uma animação bacana. E provavelmente escreveria um post que nem esse.

"Entonce", se você pretende pegar um cineminha neste fim de semana (ainda dá tempo), não fique na dúvida, opte por Frozen: Uma Aventura Congelante! Mas quer uma dica? Não chame aquele seu amigo motoqueiro, barbudo e mal encarado. Ele pode acabar não gostando. Ou não, né? Ele pode não seguir o esterótipo e gostar das Princesas Disney. Nunca se sabe...

E pra fechar o post, Olaf!


Isso é tudo, galerinha, um abraço e até a próxima!

Por Breno Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário